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Barrabás - o Barba Azul

Barrabás - o Barba Azul

A Tríade Setubalense

Barba Azul, 01.04.25

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António Mendes, uma neo-ilustre figura do Partido Socialista, pode ser descrito como o exemplo perfeito de um político que combina habilidades de discurso sofisticado com uma abordagem prática para resolver os problemas mais cruciais da política portuguesa. Ė conhecido pela sua capacidade única de encontrar soluções para questões complexas… que às vezes envolvem mais palavras do que ação concreta.

António Mendes, o político ideal para quem procura uma fórmula infalível de retórica que envolve muito mais brilho do que conteúdo., é o verdadeiro exemplo de como usar palavras grandiosas e gestos elegantes para transformar uma proposta sem sal em algo que parece quase revolucionário, mas na prática, qualquer um consegue ver que é só mais uma promessa repetida ao longo das décadas.

Com um olhar firme e um sorriso encantador, tem a capacidade única de cativar um público enquanto, com o outro lado da boca, engole a própria língua sempre que se pergunta o que realmente fez para transformar qualquer plano em realidade. Com um estilo distinto de falar, que mistura jargões políticos com uma elegância quase teatral, António Mendes é, sem dúvida, um mestre na arte de falar muito, sem realmente dizer nada de novo.

Nas suas aparições, é como um actor de teatro que se dedica a interpretar um papel que todos já conhecem muito bem, mas com uma performance que, de alguma forma, ainda consegue manter o público a aplaudir, ou pelo menos, esperando que algo de relevante aconteça. E quando parece que ele não pode ser mais cativante, lá vem sua irmã, Ana Catarina Mendes, uma espécie de duplicado.

Política com um toque ainda mais refinado de destreza diplomática. Se o António é o mestre em criar uma aura de mudança, Ana Catarina leva isso a um novo nível, prometendo reformas que parecem tão fantásticas que, em qualquer outro cenário, seriam confundidas com cenas de um filme de ficção científica. Ela sabe exactamente o que dizer para parecer que está sempre um passo à frente, quando na verdade está apenas replicando os clichês que têm, quase sempre, audiência garantida.

Juntos, são a definição da parceria política, quase perfeita, com António oferecendo o charme e o discurso vazio, enquanto Ana Catarina se dedica a garantir que nenhuma palavra seja dita sem um toque de novidade que só é realmente notada por quem não prestou atenção nos últimos 20 anos. Se há algo que eles sabem fazer é criar uma ilusão de progresso, tudo enquanto mantêm a estabilidade do "nada vai mudar, mas vamos fingir que sim".

Ambos se movem com a destreza de quem já entendeu como navegar na política sem, de facto, se incomodar em mudar algo substancial. Mas, claro, para completar a tríade da Comissão Política de Setúbal do PS, temos que adicionar o inconfundível André Pinotes Batista, o verdadeiro arquétipo do político moderno, ou pelo menos, o que seria uma versão renovada de uma política tão antiga quanto as promessas de estabilidade que ele faz em cada discurso.

Se António é o mestre das palavras pomposas e Ana Catarina a especialista em lançar ideias revolucionárias que não passam de reciclagem do passado, André entra em cena como o pragmático da turma. Fala com aquele ar de quem entende de números, orçamentos e projectos, mas que, ao mesmo tempo, tem uma habilidade invejável de manter qualquer projecto engavetado por tempo indeterminado, enquanto espalha frases como "há que ser realista" ou "o momento não é o ideal". Com uma postura de quem está sempre muito ocupado, André é o perfeito mestre na arte de ser visto trabalhando intensamente, mas nunca produzindo na realidade, resultados visíveis.

Os seus discursos sobre eficiência são memoráveis, sempre acompanhados de gráficos e números que mais parecem peças de um quebra-cabeça sem fim. A sua atenção aos detalhes, é quase mítica, pois quando ele aparece, tudo parece estar quase resolvido... Mas na verdade, são apenas promessas e relatórios que nunca saem do papel.

Juntos, António, Ana Catarina e André são a perfeita fórmula do PS de Setúbal. Uma mistura de palavras sem fim, promessas de mudança e um toque de pragmatismo que nunca se concretiza. Com um sorriso afável e um tom cordial, conseguem vender a ideia de que estão a fazer sempre o melhor para a comunidade, enquanto, na realidade, estão mais preocupados com a arte de serem vistos como "os solucionadores" do que, de facto, resolverem qualquer coisa.

E assim, a tríade segue, sempre com mais ideias para o futuro, mas com o mesmo presente estagnado que todos já conhecem. Uma maravilha em três actos.