A fruta oficial da CDU é a melancia
Ser Independente na CDU é mais um exercício de ilusão democrática. Que conceito tão nobre, tão puro, tão estrategicamente conveniente. Para quem não está familiarizado com as subtilezas do Partido Comunista Português e da sua fachada eleitoral, a Coligação Democrática Unitária, um independente é aquele elemento que, apesar de não ter o cartão do partido, é simpático o suficiente para servir de figurante no espectáculo da suposta e apregoada, união das forças progressistas.
Mas, não se enganem os mais crédulos, porque esta independência é tão real quanto o altruísmo de um banco. O PCP, sempre tão apegado ao centralismo democrático, por outras palavras, uma hierarquia férrea controlada por uma cúpula que nunca erra, permite que independentes integrem listas da CDU para dar a ilusão de pluralismo. São úteis para alargar o espectro eleitoral, atraindo incautos que pensam estar a votar em algo mais amplo do que a linha ortodoxa do Avante!
No fundo, são como os vegetais no prato de uma criança, uma decoração necessária para disfarçar o que realmente se está a comer. Claro, estes independentes não têm qualquer poder real. Podem até acreditar que estão a contribuir para uma frente ampla, mas as decisões continuam a ser tomadas no Comité Central, onde a democracia interna é tão vibrante como um comício na Coreia do Norte.
Se algum dia um independente ousar discordar seriamente da linha do partido, rapidamente descobre o verdadeiro significado de independência, que será, ser excomungado da CDU.
Resumindo, o independente na CDU é um recurso tático, uma peça no xadrez do PCP para manter a aparência de abertura, enquanto tudo continua exatamente como sempre foi.
É o equivalente político de colocar um quadro moderno numa sala de reuniões do Politburo, onde muda o cenário, mas o script é sempre o mesmo. E assim se mantém a farsa, eleição após eleição.